diz-me que não,
diz-me a verdade,
sem os olhos no chão,
Fala-me de amor,
fala-me de paixão,
diz-me que me amas,
que o nome que me chamas
arde como lenha
na fogueira da cegueira do amor
e rebenta no teu coração,
Diz-me palavras,
diz-me mentiras,
porque aquilo que me tiras
ao mesmo tempo que me atiras
areia para os olhos,
aos molhos,
para a cegueira da confusão,
da indecisão e incerteza,
que de certeza que sabias
que aquilo que te pedia
era mera fantasia na poesia da minha razão,
Diz-me agora,
diz-me depois,
se somos um,
se somos dois,
o que somos
o que fazemos,
por onde andamos,
se não nos conhecemos?
Fala-me de ouro,
Fala-me de prata,
ama-me para sempre,
ou para sempre ingrata,
um pouco de alfabeto,
um pouco de abecedário,
Diz-me que no prazer da escrita em que te coloco,
Diz-me que não ficarás para sempre esquecida,
no meu bloco, no meu imaginário.